Fragmento I
O relógio urge. Correria. Pressa. O tempo nos pressiona. O mundo contemporâneo exige que sintetizemos nossas ações para obter os máximos resultados. O cenário - a paisagem urbana - passam a ser efêmeros, inexistentes. Vivemos fragmentos do mundo ligados por vãos anestésicos.
O trabalho, o conhecimento e a arte estão segmentados. Tudo se torna mais prático. Mas até que ponto isso é bom? A partir de que ponto se torna nocivo? Nossos sentidos também se tornam segmentados. Nossa percepção vem adormecendo, transformando-nos em seres mecânicos, nos tornando padronizados.
Em meio a isso a arte perde seu suspiro de criatividade. O momento passageiro. A contemplação. A dinâmica que lhe dá vida. A intersecção entre a matéria e o tempo na obra de arte cede lugar à eternidade. A energia vai se saturando e a obra morre.
Na busca de resgatar a sensibilidade perdida em meio ao caos da contemporaneidade, viemos propor um evento onde os cursos de arte e arquitetura se integrem trocando conteúdos e experiências e também transmitindo-as para o público externo.
Visamos desvelar o modo de ver, sentir e pensar o mundo e os objetos através da análise das cores e formas, a matéria e o abstrato, a paisagem, a composição visual do todo e a nossa vivência em meio a isso tudo.
Gabriel Pires
Fragmento II
Você vê, mas sente até aonde?
O que do espaço que o cerca o coloca perto dos sentidos?
Do que está ao nosso redor, objetos, pessoas, natureza, o que nos interioriza são suas impressões, que não são compradas, emprestadas, mas sim absorvidas. Perceber que as formas geram sinestesia.
Os sentidos! São eles quem colocam o que há de fora, pra dentro. Passivos e incessantes.
Mas, o que há no espaço que não é sentido?
O que não há no espaço que é sentido?
O tempo mostra o físico. A luz mostra o físico. A sombra mostra o físico.
E o tempo muda a sombra.
A sombra muda o objeto.
Você vê?
Acompanha?
A Semana A Escala do Sensível convida você a perceber seus sentidos!
Ana Siste
Fragmento III
A que plano se limita a existência?
Imagine uma maça. Naturalmente, em um primeiro momento, se imagina a cor dela, logo pensa-se na textura, o tamanho, o cheiro, entre outras características. Pois bem, agora imagine-se a mordendo, tente sentir o gosto aguçadamente. É doce? Levemente acida?
Sem pretenções que, a esse momento você deve estar aguando a boca. Acaba de criar um objeto-pensamento, que apesar de não existir no plano físico, existe em sua mente. Isso é resultado de um emaranhado de experiências que você teve com o objeto. A maneira como você o imagina, na sua pura essência, o faz responder a estímulos específicos; diferentes em cada pessoa. (DIVERSIDADE DE INTERPRETAÇÃO)
Mas provavelmente a maça que você imaginou é vermelha, grande e suculenta.
Porque simplesmente existem associações que são universais na qual se pode dar característica a um objeto. Existem linhas lógicas que nosso cérebro traça para chegar a um pensamento e esboçar uma forma. (GESTALT)
Como uma simples maça pode ter multiplas interpretações e sinestesias. Da mesma maneira percebendo os objetos ao redor, são de diversas formas, tamanhos, cores e texturas. Tais estão influenciando os sentidos a todos os momentos, mas estamos tão limitados as nossas atividades diárias que não percebemos mais a importância disso. (PEQUENA ESCALA) Tudo se desvairece pela paisagem. Consequentemente isso ocorre com a cidade e os elementos urbanos. (GRANDE ESCALA)
Sendo assim, o espaço e as formas não são mais percebidos e então o que só tem razão quando sentido, perde seu valor. Entretanto, não eh interessante para os profissionais como nos, arquitetos urbanistas e artistas, esta visão; necessitamos da percepção das outras pessoas, que sintam as coisas que as permeiam. Assim, também é preciso para evoluirmos como profissionais, que observemos o espaço ao nosso redor, porem de forma mais sensivel a fim de aproximar a nossa visão com a do senso comum, aperfeiçoando o produto.
Elis Henn
que demais esse post! super divulgarei! ^^
ResponderExcluirtão de parabéns, Gabs e Ana! ^^ amei os textos! =D
Pipoca